domingo, 13 de maio de 2012

Reunião 23/04 - Simulação


Simulação

Objetivo: esclarecer as posições opostas de muçulmanos modernistas e islamistas na conjuntura atual.

Data, Local: 23 de abril de 2012, FFLCH, USP.
Participantes: Ariel, Augusto, Cila, Daniella, Danilo, Flavia, Luciana, Natalia, Valmir

Tese: “O islã é perfeito, nosso desafio é achar a leitura correta da palavra de Deus. E Deus nos deu a razão e nos convidou a usá-la e desenvolver nossa própria interpretação da religião. Pode existir legitimamente uma pluralidade de visões. Nossas fontes sagradas são compatíveis com, e encomendam, direitos iguais para homens e mulheres (e até para homossexuais) e também para os crentes de todas as religiões (inclusive para judeus, e até para ateus). O islã é a religião da paz e rejeita a violência. Meu islã pode conviver perfeitamente com a modernidade e proíbe o uso de terrorismo e de outras violências contra inocentes, tanto muçulmanos quanto outros, tais como praticado por islamistas extremistas.’

Modernistas: A favor da tese – GRUPO A
·               Um xiita que sofreu perseguição por sunitas - DANILO
·               Uma homossexual muçulmana rejeitada por sua família e comunidade LUCIANA
·               Uma muçulmana casada com não-muçulmano CILA

Fundamentalistas: Contrários à tese – GRUPO B
·               Um católico convertido ao islã que se tornou salafista radical e perdeu seu emprego por conta disto –VALMIR
·               Uma sunita que veste burqa e foi atacada por islamofóbicos  NATALIA
·               Um salafista que foi atormentado pela polícia por suspeita de planejar terrorismo AUGUSTO

juízes - Daniella e Ariel


Grupo A: Um xiita que sofreu perseguições por sucintas - DANILO

Declaração Inicial:

·           Eu busco comprovar que o Islã é a religião perfeita mas que há uma deturpação da religião; uso da violência e tiranias religiosas como na Arábia Saudita e no Irã. Não ha indicação no Alcorão de que a teocracia seja o verdadeiro caminho para as religiões.
·           O Islã não é monolítico, por isso legitima pluralidade de ideias e visões.
·           É uma religião da paz, não pode ser imposta, deve ser propagada pelo convencimento e não pela força.
·           O Alcorão reconhece a pluralidade de visões e perspectivas teológicas.
·           Através do diálogo se alcançara a verdade.
·           O verdadeiro Islã deve aceitar liberdade de decisão e crença. Não cabe a nós, impor nenhuma verdade aos demais, mas sim buscar a verdade.
·           O Islã é compatível com os direitos humanos, negar isso é negar o verdadeiro Islã.
·           O Islã e a  democracia não são incompatíveis, e a modernidade não é um empecilho à verdadeira crença.
·           Nós, muçulmanos, também podemos ser tributários da realidade.


Grupo B: Um salafista que foi atormentado pela polícia por suspeita de planejar terrorismo -AUGUSTO

Declaração inicial:

·           Concordamos com alguns pontos.
·           Por outro lado, nos impressiona a defesa de uma pluralidade de visões no Islã, isso é KALAM, retórica ideológica que não é possível no Islã. O profeta já descreveu todas as formas que devemos nos organizar.
·           Entender o que esta escrito no Alcorão é uma atividade que não cabe a nós fazer, temos apenas que seguir os mandamentos do Islã.
·           A Sharia deve ter predominância sobre os direitos civis e sociais, isso não significa que seja incompatível com o Islã. Assim, haveria de se seguir a Sharia antes das leis alemãs. As sociedades devem ser baseadas na sharia.
·           Não ha diferenciação entre vida política e religiosa.
·           Maomé nunca matou ninguém e nunca reagiu quando foi atacado. Deve-se focar na importância do jihad (contra ostentações, defesa do Islã e construção de sociedade muçulmana) mas apenas quando for atacado, e sem ataques a mulheres, crianças e doentes.
·           Países do Ocidente atacam o Islã.

Grupo B: Um católico convertido ao Islã que se tornou salafista radical e perdeu seu emprego por conta disto  - VALMIR

Contra-ataca a declaração inicial do grupo A

·           Só existe um Deus, Alá, e Maomé é o seu profeta.
·           O profeta é a pessoa mais habilitada para governar.
·           A representação dos valores do mundo terrestre vem de deus. Deus tem primazia sobre os homens, assim que confrontado com o infiel, o profeta é o único adequado para governar o mundo. O mundo dos infiéis tem outra dinâmica a ser governada, e é uma sociedade corrompida, onde não se respeitam as virtudes das mulheres nem a honra da casa.
·           O Islã é universal, a revelação foi feita a todos. É legitimo que o verdadeiro crente busque a propagação dessa fé. Não deve estar restrito aos povos que compartilham da lei do momento pois o Islã é universal.
·           Islã é um aperfeiçoamento do monoteísmo.

Grupo A: Uma homossexual muçulmana rejeitada por sua família e comunidade - LUCIANA

Contra-ataca a declaração inicial do grupo B

·           A religião muçulmana é baseada no Alcorão e no pacifismo. Quando o comportamento não é adequado implica-se discriminação, mas nenhuma religião discrimina, essa deve estar baseada na solidariedade.
·           A religião não pode ser interpretada de uma única forma.
·           Se ela é compatível com os direitos humanos e com a democracia, também é compatível com a diversidade sexual.
·           O problema reside na má interpretação do livro sagrado do Alcorão: uma interpretação radical das leis islâmicas e de uma teocracia que impõe a Sharia, nega visão do Islã como religião de paz, de liberdade e de não-discriminação.

Danilo completa:

·           Em linhas gerais, não há discordância quanto que o Islã é a religião perfeita (já que sou muçulmano) mas nosso profeta já morreu, ele de fato foi governante de Deus na terra, não ha contestação disso, mas no momento não ha ninguém que possa governar como comandante de Deus na terra.
·           A razão e a consciência dadas por Deus serve para interpretar a palavra de Deus.

Grupo A: Uma muçulmana casada com não-muçulmano - CILA

Questiona Natalia sobre vários pontos:

·           Muçulmana praticante, ainda não uso hijab.
·           Defendo que o Islã eh universal e que é necessária a expansão da fé, porém considero que a religião já tem falas de Alá que nos trazem igualdade e fraternidade entre os povos.
·           Não se deve negar as transformações culturais e sociais; e deve-se retirar da própria religião as falas verdadeiras.

·           PERGUNTA- Como lidam com a falta de uma instituição organizada politicamente, tal como a democrática?

Grupo B: Uma sunita que veste burca e foi atacada por islamofóbicos -  NATALIA

 Natalia responde à Cila:

Ter uma comunidade integrada como já ocorreu antes que não nega a solidariedade. Não é por ser fundamentalista que somos contra a paz. Além disso, há igualdade de papéis no sentido de que o homem tem o seu papel e a mulher tem o seu, a mulher deve ser protegida pelo homem.

Natalia pergunta à Cila:

Por que a minha interpretação da religião tem que ser banida em detrimento da de vocês? Como o princípio da democracia, há de haver liberdade de opiniões, e por que a minha concepção deve ser banida e a sua não?

Valmir complementa a pergunta:  E por que tem que ser democracia? O Alcorão reconhece a desigualdade, não fala de igualdade.  O homem não nasceu para livre-arbítrio, cabe ao homem obedecer a Deus e ao que esta escrito.

Cila responde à Natalia e ao Valmir

É necessário trazer a essência do Alcorão, e nele há passagens em que se declara a igualdade entre as pessoas e povos. A maioria dos povos vive sim em democracia, isso mostra que funciona, embora alguns regimes não atuem de forma democrática.
Não falei que os fundamentalistas não devem existir, só falei que os fundamentalistas negam as transições culturais e sociais.

Perguntas dos juízes

Ariel pergunta para Augusto: Você poderia explicar melhor a sua justificativa do jihad?

Resposta: Não há necessidade de afirmar-se como não violento porque já somos não-violentos. Mas o que ocorre é que sofremos de opressão e há necessidade de reforçar a autoproteção porque estamos sempre sob ataque, e isso é demonstrado pela necessidade de afirmarmos que não somos violentos. Além disso, há diferentes tipos de lutas internas e externas contra os desafios e as tentações colocadas pra gente. O maior jihad é o jihad interno, é nesse tipo de luta que devemos focar.

Ariel pergunta ao Danilo: Como vocês interpretam a dificuldade do Islã de lidar com a crítica, por exemplo, algum livro que difame o profeta?

Resposta: é preciso diferenciar a crítica (aceitamos) da ofensa (recusamos). Além do mais, o grau de tolerância do Islã é baixo em relação a livrarias. Seria possível existir esses títulos numa livraria ocidental.

Valmir complementa a resposta:  O Cristianismo tem mais falhas e é menos coeso, abre espaços para livros assim, o Islã não.

Ariel pergunta à Luciana: Como você se sente como homossexual?

Resposta: Eu não deixei de ser muçulmana apesar de ser excluída de minha família e comunidade. É uma religião pacifista e a maneira que eu interpreto o livro sagrado é positiva; é uma reinterpretação do livro sagrado mas não rejeição do livro sagrado.

Flavia pergunta ao grupo B: Por que não pode haver um sistema de governo que se submete a Sharia?

Resposta de Danilo: A imposição da nossa lei para todos seres humanos não condiz com o princípio do Islã que deve ser propagado pelo convencimento, muçulmanos devem aderir por sua própria crença pois se não é imposto não é verdadeira, assim a Sharia não pode ser colocada como lei.

Peter pergunta aos fundamentalistas: O que fariam com Luciana?

Resposta de Valmir: apedrejamento.

Peter pergunta aos progressistas: O que diferencia vocês de algum agnóstico? ou deísta?

Resposta de Danilo:  Eu reconheço um único Deus, é Maomé como último profeta, e acredito nos ensinamentos de Deus através de seu profeta. Reconheço a verdade do Islã.

Peter pergunta à Cila: Você é a favor da proibição da burca?

Resposta: Sim, usaria o hijab, mas considero que tampar o rosto é considerar-se uma pessoa anônima na região. Sou favorável a usar burca  em espaços privados mas não em instituições públicas.

Peter pergunta para dois grupos: Acham que é possível que o outro lado tenha razão?

Resposta: Sim, progressistas.  Não, fundamentalistas

Declaração final : DANILO

·           Os fundamentalistas comprovaram nossas ideias
·           Vocês mesmo querem democracia e aceitaram debater (me surpreendeu) sem crítica, sem ofensa.
·           Vocês mesmo demonstraram que o Islã não poder ser imposto.
·           O objetivo universal do Islã vai ser alçando com respeito aos direitos humanos e à razão.

Declaração final :VALMIR

·           Portas abertas para corrupção, e isso não é bom para o Islã.
·           Exagero no excesso de interpretações
·           Democracia é o modelo político do infiel
·           Diferença entre debatermos mais especulação


Para os juízes, ambos os grupos tiveram algumas dificuldades de argumentação, mas os progressistas conseguiram defender melhor seus pontos de vista. 


Daniella K.Abramovay

Visita ao Centro-Cultural Brasil-Turquia




Membros do grupo presentes: Augusto, Cila, Cybele, Daniella, Danilo, Flávia, Luciana, Natalia, Peter,Valmir. 

No sábado, dia 21 de abril, visitamos o CCBT, CENTRO CULTURAL BRASIL-TURQUIA, que fica localizado nos Jardins. Fomos muito bem recebidos, com direito à chá turco e biscoitos típicos. O diretor Mustafá Goktepe que nos recebeu, e todos que estavam presentes foram muito hospitaleiros, tanto que estamos em via de reservar uma próxima visita. O centro, recém-estabelecido, proporciona aulas de língua turca, além de ser responsável por um curso de cultura turca reconhecido pela PUC e pela USP. Na nossa reunião, tivemos uma exposição sobre política externa turca – e sua relação com a política externa brasileira - feita por Mustafa Kapucu, cônsul da República Turca. Aqui, coloco alguns temas levantados pelo cônsul (as quais refletem as posições oficiais da Turquia)  e questões colocadas a ele posteriormente. A reunião contou também com a presença de Hamdullah Ozturk, representante do Brasil no diário Zaman.  
A política externa da Turquia e do Brasil tem muitos pontos semelhantes, por exemplo, a tendência a não interferir nos assuntos domésticos dos outros países e de priorizar sempre o diálogo, antes de ser tomada qualquer outra decisão. No entanto, as políticas apesar de serem semelhantes possuem motivos diferentes. Tanto a Turquia como o Brasil são países importantes, e querem assumir cada vez mais o seu papel fundamental na sociedade internacional. Antes, ambos países tinham uma influência regional, mas agora têm uma influência mundial.

A aproximação entre Brasil e Turquia aumenta consideravelmente, principalmente, no âmbito do comércio exterior; houve uma triplicação no volume comercial importado e exportado dos dois países desde 2007. Além disso, há uma tentativa de os dois países buscarem a parceria alheia também no que concerne à política mundial, um alinhamento nos discursos exteriores. Porém, no caso da Síria, a Turquia atua de forma mais ativa, já que, pela proximidade, é inevitável que os acontecimentos da Síria afetem a Turquia; há mais de trinta mil refugiados provenientes da Síria morando na Turquia, além das semelhanças entre alguns grupos étnicos sírios e turcos.

A Turquia é um país que se situa em diversos planos: no Oriente Médio, na Ásia, na Europa e nos Balcãs. Além disso, é um país de maioria muçulmana, porém laico, com presença de distintos grupos religiosos. Devido a sua situação peculiar, a Turquia tinha um tipo de política externa, focada em políticas de segurança, devido à presença de distintos conflitos – Irã, Iraque, Síria, Rússia, Armênia-; no entanto, a Turquia vem mudando a sua política externa: a Turquia passou a ver a situação no Oriente Médio não como crises mas como oportunidades para transformar a região.

É a “política de problema zero” do ministro do exterior Davutoglu, essa política em si é um ideal, é um modelo de atuação, no entanto, cabe lembrar que nem sempre é possível manter uma agenda positiva,. Um exemplo dessa política seria a relação da Turquia com o Irã, que apesar de notáveis diferenças de ideologia, conseguem se relacionar; privilegiando as relações econômicas e a não-ingerência nos assuntos internos dos outro países. A Turquia aprendeu que como não se pode escolher os seus vizinhos, há que saber lidar e conviver com eles.

Antes, mais da metade do comércio turco era feito com a Europa, porém, nos últimos tempos, a Turquia está privilegiando mais os seus vizinhos. Afinal, depois que a Turquia aceitou as suas diferenças com os seus vizinhos, ela passou a ter uma melhor relação com eles, no sentido de que quanto maior a relação cultural entre dois países, menor a chance de ter problemas políticos. A política externa turca pretende consolidar o regime de direitos humanos e democracia para os seus vizinhos. A própria Turquia está elaborando mudanças constitucionais – sua Constituição data de 1980 - para consolidar sua democracia e tornar-se um exemplo para a região. Ao mesmo tempo, a Turquia adotou uma posição favorável a mudanças na Primavera Árabe, defendendo os interesses do povo e negociando com os líderes o fim do derramamento de sangue.

A Turquia mantém boas relações com as entidades internacionais; e tem interesse no BRICS. Além disso, a Turquia consegue manter relações positivas tanto com os Estados Unidos como com o Irã. Isso decorre da aceitação e reconhecimento que a Turquia tem de si mesma. A Turquia também mantém relações saudáveis com a Europa.

Perguntas e Respostas para o Ministro

Peter: No caso da Síria, há a possibilidade de a Turquia atuar de forma mais ativa, militar, na região?

Resposta: A intervenção militar, para a Turquia, é a última solução a ser pensada. Além disso, a Turquia não entraria em uma guerra sozinha contra a Síria. Dado a recorrência de invasões sírias em território turco, a Turquia vai recorrer ao direito internacional e à negociação –apoio à iniciativa de Kofi Annan- para solucionar esses conflitos.

Peter: No vídeo e na sua exposição, a Turquia é apresentada como um país multirracial e multicultural, no entanto, como fica essa definição quando olhamos para a época de Attaturk com sua visão de uma única nação turca?

Resposta: Com o final da Primeira Guerra Mundial, a Turquia deixou de ser o Império Turco-Otomano e passou a ser um país de uma nação apenas. Nesse período, a Turquia tinha preocupações com o imperialismo dos outros países, de forma que o exército era a instituição mais fortalecida. O povo apoiava o exército e, como consequência, a Turquia esteve sob regime militar por muitos anos. Aos poucos, a Turquia começou a ter liberalização do pensamento e expressão; e no momento atual, pode-se dizer que tudo é possível de ser falado na Turquia.

Ernesto: Como a Turquia avalia as intenções nucleares do Irã?

Resposta: Para a Turquia, todo país tem direito a ter políticas pacíficas de desenvolvimento nuclear, disso decorre que a Turquia acredita que todo programa nuclear é pacífico até que seja provado o contrário; lembrando que a Guerra do Iraque foi causada pelo pressuposto da existência de armas nucleares. No entanto, a Turquia é um país que não tem armas nucleares, e dessa forma, não quer que os seus vizinhos –Irã- a tenham.

Daniella: Como estão as relações entre Israel e Turquia depois da questão não resolvida da flotilha?

Resposta: Antigamente, as relações econômicas, políticas e militares eram boas com Israel. Isso começou a mudar há cinco, seis anos, quando o Hamas foi eleito na faixa de Gaza. As relações pioraram recentemente devido ao acidente da flotilha; e a Turquia exigiu um pedido de desculpas de Israel e o pagamento de pensão para as famílias das vítimas. Israel negou, quando o país aceite as demandas turcas, as relações entre os dois países, provavelmente, voltarão a melhorar.

Augusto: Quais são as principais mudanças da política de problema zero?

Resposta: Houve muitas mudanças, porém, cabe lembrar que a política de problema zero é um ideal, um objetivo; afinal a Turquia sempre teve – e ainda tem- problemas com alguns vizinhos, como o Irã, Iraque, Síria e Armênia.  Para a Turquia, apesar dos problemas, é preciso seguir uma agenda positiva, não voltada para os problemas.

Cila: Como a população turca avalia o governo AKP?

Resposta: O partido conseguiu metade dos votos na última eleição. A oposição é fraca na Turquia; em geral, são os partidos conservadores que ganham as eleições pois os partidos de esquerda não têm muita força. Nas eleições, os próprios líderes influenciam muito, e também a situação econômica do país; quando a economia está bem, observa-se uma continuidade dos partidos no poder.

Peter: E sobre a Questão Curda?

Resposta: Quanto aos curdos, não há uma desigualdade jurídica mas sim social, há uma falta de desenvolvimento nas regiões onde os curdos habitam. Mas, por exemplo, há uma TV estatal que transmite programas em língua curda. Além disso, há sempre que diferenciar os problemas terroristas que a Turquia enfrenta dos problemas do povo curdo.

Peter: O movimento gülenista é visto, para a Turquia, como desafio ou oportunidade? E por que o fundador encontra-se exilado nos Estados Unidos?

Resposta: O movimento é visto tanto como problema como oportunidade. Esse movimento é um movimento tanto social como religioso; e as pessoas que tentaram mudar a imagem do movimento gülenista estão agora sendo julgadas. Pelas leis turcas, o fundador pode voltar à Turquia, mas para não gerar problemas internos, opta-se pela continuação de sua permanência no exterior.


Abraços a todos,
Daniella K.Abramovay