terça-feira, 4 de setembro de 2012


Reunião 28/05 - ISLAMOFOBIA 

Nessa reunião, houve a discussão do tema islamofobia. Comparamos dois sites, jihadwatch.com e islamophobiawatch.com, que pretendem documentar, respectivamente, casos de Islã radical e de Islamofobia. Luciana fez a introdução do assunto e também selecionou alguns casos de islamofobia que constam no site.

Luciana Garcia 

O primeiro aspecto que deve ser ressaltado é que no Brasil o foco de islamofobia concentra-se nas obras acadêmicas e revistas de atualidade que vinculam o árabe muçulmano como terrorista, a revista VEJA, por exemplo, em uma de suas edições afirmou a existência de células terroristas no sul do país. O Brasil não apresenta índices expressivos de crimes de ódio, tal como ocorre na Europa e nos EUA. Na Europa, principalmente, a islamofobia se relaciona com a discriminação dos imigrantes, o medo de os europeus perderem seus empregos para essas pessoas ou o medo de que ocorram ataques terroristas. A comunidade muçulmana é associada com terror, com fanatismo e atraso.    

Casos de islamofobia encontrados no site http://www.islamophobia-watch.com/, esse site foi criado em 2005 e tem o objetivo de combater o medo e o ódio ao Islã e aos seus praticantes, feito pela cultura ocidental.  

Em Kansas, houve a proclamação de uma lei que combatesse a charia. A justificativa para a sua proclamação era a de evitar que a cidade fosse influenciada pela charia, pois havia o pedido de que um divórcio fosse baseado na charia, dessa forma, a população local queria evitar a influência do exterior.

Há também o caso de uma pastora suíça que teria escrito opiniões pessoais denegrindo a religião muçulmana. A mesma pessoa também teria participado de eventos de extrema direita na Alemanha. Há também discursos públicos de neonazistas na Escócia que ao incitar a violência e serem reprimidos, alegaram que a sua liberdade de expressão foi cerceada.

Na Jordânia, as mulheres queriam treinar com o véu mas os médicos condenaram essa atitude  com o argumento de que essa ação traria efeitos colaterais maléficos à saúde.

Comentários do grupo:

Prof. Peter

A origem do termo islamofobia remete a grupos islamistas que teriam inventado o conceito especialmente para lutar contra críticas (justas ou injustas) ao Islã. O termo foi criado pela ativista francesa laica Caroline Fourest, a qual afirma que a invenção do termo serve para proibir ou estigmatizar críticas ao Islã.

No Brasil, há muitos imigrantes árabes mas a maioria deles não é muçulmana. Apesar de a sociedade brasileira ainda ser uma sociedade que aglutina muitas identidades, ainda há racismo e discriminação na sociedade brasileira. Porém o racismo brasileiro se relaciona mais com um desprezo pelas classes economicamente inferiores e não por questões religiosas ou morais.

Quanto à questão da Charia, as pessoas crentes têm o direito de pedir que os seus litígios sejam solucionados da forma que queiram, no entanto, o risco de uma pessoa muçulmana ser automaticamente julgada pela Charia traz riscos consideráveis.

É importante notar que há uma diferença entre criticar uma religião, por exemplo o Islã, o que é um direito legitimo, e insultar uma população inteira, por exemplo o povo muçulmano, o que é proibido por lei em muitos países, e que também beira o racismo e pode levar à violência. Mas a diferença é às vezes tênue de forma que a proibição de todas as supostas expressões de islamofobia iria deturpar ainda mais essa diferença.

Críticos da Islamofobia tendem a argumentar que existe uma semelhança entre islamofobia e antissemitismo, e eles propõem que uma forma de lidar com isso seria dissociar a crítica à religião com a crítica às populações identificadas com a religião, por exemplo, criticar o velho testamento não é necessariamente antissemita mas negar o holocausto dos judeus na Segunda Guerra Mundial, sim; no entanto, a diferenciação leva a um outro problema: proibir expressões antissemitas e/ou islamofóbicas introduziria a categoria de crime de opinião, o qual não é compatível com princípios democráticos, enquanto que, ao mesmo tempo, a sua tolerância pode estimular a violência contra esses grupos estigmatizados. 

O outro lado seria o antissemitismo e a negação do holocausto feita por Ahmadinejad, porém, mesmo assim existem países onde a negação do holocausto é proibida, sendo considerada um crime de opinião. O problema ao limitar a liberdade de expressão seria o de saber onde viria a parar essa proibição. O ponto principal é que existe uma linha tênue entre liberdade de expressão e incitação à violência.

Bibliografia usada: 

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