Reunião 28/05 - ISLAMOFOBIA
Nessa reunião,
houve a discussão do tema islamofobia. Comparamos dois sites, jihadwatch.com e
islamophobiawatch.com, que pretendem documentar, respectivamente, casos de Islã
radical e de Islamofobia. Luciana fez a introdução do assunto e também
selecionou alguns casos de islamofobia que constam no site.
Luciana Garcia
O primeiro
aspecto que deve ser ressaltado é que no Brasil o foco de islamofobia
concentra-se nas obras acadêmicas e revistas de atualidade que vinculam o árabe
muçulmano como terrorista, a revista VEJA, por exemplo, em uma de suas edições
afirmou a existência de células terroristas no sul do país. O Brasil não
apresenta índices expressivos de crimes de ódio, tal como ocorre na Europa e
nos EUA. Na Europa, principalmente, a islamofobia se relaciona com a
discriminação dos imigrantes, o medo de os europeus perderem seus empregos para
essas pessoas ou o medo de que ocorram ataques terroristas. A comunidade
muçulmana é associada com terror, com fanatismo e atraso.
Casos de
islamofobia encontrados no site http://www.islamophobia-watch.com/, esse site foi criado em 2005 e tem o objetivo de combater o medo e o ódio ao Islã e aos seus praticantes, feito pela cultura ocidental.
Em Kansas,
houve a proclamação de uma lei que combatesse a charia. A justificativa para a
sua proclamação era a de evitar que a cidade fosse influenciada pela charia,
pois havia o pedido de que um divórcio fosse baseado na charia, dessa forma, a
população local queria evitar a influência do exterior.
Há também o
caso de uma pastora suíça que teria escrito opiniões pessoais denegrindo a
religião muçulmana. A mesma pessoa também teria participado de eventos de
extrema direita na Alemanha. Há também discursos públicos de neonazistas na
Escócia que ao incitar a violência e serem reprimidos, alegaram que a sua
liberdade de expressão foi cerceada.
Na Jordânia, as
mulheres queriam treinar com o véu mas os médicos condenaram essa atitude com o argumento de que essa ação traria
efeitos colaterais maléficos à saúde.
Comentários do
grupo:
Prof. Peter
A origem
do termo islamofobia remete a grupos islamistas que teriam inventado o conceito
especialmente para lutar contra críticas (justas ou injustas) ao Islã. O termo
foi criado pela ativista francesa laica Caroline Fourest, a qual afirma que a
invenção do termo serve para proibir ou estigmatizar críticas ao Islã.
No Brasil, há
muitos imigrantes árabes mas a maioria deles não é muçulmana. Apesar de a
sociedade brasileira ainda ser uma sociedade que aglutina muitas identidades,
ainda há racismo e discriminação na sociedade brasileira. Porém o racismo
brasileiro se relaciona mais com um desprezo pelas classes economicamente inferiores
e não por questões religiosas ou morais.
Quanto à
questão da Charia, as pessoas crentes têm o direito de pedir que os seus
litígios sejam solucionados da forma que queiram, no entanto, o risco de uma
pessoa muçulmana ser automaticamente julgada pela Charia traz riscos
consideráveis.
É importante
notar que há uma diferença entre criticar uma religião, por exemplo o Islã, o
que é um direito legitimo, e insultar uma população inteira, por exemplo o povo
muçulmano, o que é proibido por lei em muitos países, e que também beira o
racismo e pode levar à violência. Mas a diferença é às vezes tênue de forma que
a proibição de todas as supostas expressões de islamofobia iria deturpar ainda
mais essa diferença.
Críticos da
Islamofobia tendem a argumentar que existe uma semelhança entre islamofobia e
antissemitismo, e eles propõem que uma forma de lidar com isso seria dissociar
a crítica à religião com a crítica às populações identificadas com a religião,
por exemplo, criticar o velho testamento não é necessariamente antissemita mas
negar o holocausto dos judeus na Segunda Guerra Mundial, sim; no entanto, a
diferenciação leva a um outro problema: proibir expressões antissemitas e/ou
islamofóbicas introduziria a categoria de crime de opinião, o qual não é
compatível com princípios democráticos, enquanto que, ao mesmo tempo, a sua tolerância
pode estimular a violência contra esses grupos estigmatizados.
O outro lado
seria o antissemitismo e a negação do holocausto feita por Ahmadinejad, porém,
mesmo assim existem países onde a negação do holocausto é proibida, sendo
considerada um crime de opinião. O problema ao limitar a liberdade de expressão
seria o de saber onde viria a parar essa proibição. O ponto principal é que
existe uma linha tênue entre liberdade de expressão e incitação à violência.
Bibliografia
usada:
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